\"Os óio da cobra verde\" » Política » Notícias » Infocultural

\"Os óio da cobra verde\"

Política - 11/12/2011

 

Embora já fosse meu propósito, aproveito a deixa do jornalista Jozailto Lima em seu último artigo no cinform (clique aqui e leia-o), e passo a fazer, de logo, o registro do perfil de personalidade política do nosso estado, na certeza de que contribuo, não apenas com a história, mas com aqueles que possam estar na mira para serem as próximas vítimas. Refiro-me ao Senador Valadares, dono de uma ficha vastíssima de traições e de outras maldades políticas. Chega a ser um exemplar raríssimo da espécie..., uma peça difícil de ser vista, excêntrico por natureza! Quase que uma figura sui generis . Protótipo para a psicologia comportamental se ocupar do estudo por se tratar de um perfil que combina a interação entre o mundo exterior, o fato e as ações políticas, por exemplo, e a condição inata, congênita, decorrente da própria índole, do caráter.

Gente, calma! Não precisa se assustar! Afinal, essa figura não é afeita a agressões, nem tem aparência assustadora. Ela não altera a voz que é sempre monocórdica, não obstante residir aí o grave perigo, pois com essa monotonia, frieza e perfídia ele calcula e tempera a gosto, suas traições e maldades políticas. É que Valadares não se sente bem se não trair. É questão de sobrevivência da própria alma! É a sina, embora ele tenha recebido, ao longo dos anos, os estímulos positivos por conta desse seu comportamento!

Farei uma síntese apertada e cronológica dos fatos para melhor compreensão do quanto o Senador Valadares é um político acostumado a traições. Gestado politicamente no útero da Usina Pinheiro, referência de poder da família Franco, Valadares iniciou sua carreira na Arena, seguido do PDS, partidos que, como ele, deram sustentação à ditadura militar, convivendo, gostosamente, com todos os governos de todas as fardas e de todos os ternos. Foi Prefeito de Simão Dias, Deputado Estadual, Deputado Federal, Secretário de Educação e Vice-governador, sempre pelas mãos do ex-governador Augusto Franco. Mas em 1986, Valadares comete o seu primeiro e mais sentido ato de traição, ao renegar e criticar durante a campanha, o berço onde nasceu, ao ponto de Antônio Carlos Franco, no programa eleitoral daque le ano, fazer uma declaração apoplética dizendo do sentimento da família pela traição que Valadares cometia a todos eles, pois era considerado um irmão.

Naquele ano, Valadares se elegeu governador apoiado por João Alves, mas, justiça se faça, a vitória somente foi concretizada com o apoio do então Prefeito de Aracaju, Jackson Barreto. Lembro-me como hoje: para conquistar esse apoio, Valadares usou de todos os mimos, até do tratamento carinhoso de ‘Jaquinho’ pra lá, ‘Jaquinho’ pra cá. Ao ser eleito, Valadares renegou Jackson Barreto, e não tardou para urdir no Olímpio Campos o seu maior gesto de ingratidão e traição a um político que foi a maquiavélica intervenção e cassação de Jackson Barreto da prefeitura de Aracaju, contando, para esse desiderato, com a participação do então Deputado Estadual Marcelo Deda.

Como primeiro suplente, naquele momento eu estava Deputado Estadual e fiz a defesa de Jackson Barreto. Não satisfeito com a ignomínia praticada, Valadares me chamou a Palácio por três vezes consecutivas e, sob a alegação de que eu já tinha cumprido o meu dever para com Jackson Barreto, ele exigiu que eu também o traísse e mudasse de partido, deixando o PSB para assumir a presidência do então PL. Preferi perder o mandato de Deputado Estadual, já que era suplente e a minha permanência na Assembleia dependia dele, a aceitar acompanhá-lo naquele ato de traição.

Naquele mesmo mandato, Valadares traiu João Alves e todo o PFL, preferindo os adversários aos aliados, a exemplo dos Ribeiro, em Lagarto, pelos Reis, dos Mendonça, em Itabaiana, pelo grupo de Luciano Bispo/Zé Queiroz, e assim em todos os outros municípios. Lembro-me muito bem que além de trair o então Deputado Reinaldo Moura, PFL, ele o perseguiu demitindo um irmão de uma diretoria no estado e as pessoas da sua relação política. A ira de Reinaldo Moura foi tanta que no programa que fazia na Rádio Jornal ele costumava tocar uma estrofe da música ‘Sôdade, meu bem sôdade’, de Zé do Norte, que diz: “E os óio da cobra verde, hoje foi que arreparei, se arreparasse a mais tempo, não amava a quem amei”, numa clara alusão ao desafeto, então Governador Valadares.

Em 1998, Valadares e outros da chamada ‘esquerda’, me convenceram a ir ao sacrifício como candidato a senador, a fim de compor a chapa com ele para governador. A recompensa seria o apoio para a minha candidatura a prefeito de Aracaju em 2000. Daquela vez eu fui a vítima. Valadares não cumpriu o acordo e saiu candidato a prefeito com o apoio de João Alves, prometendo a este o apoio para governador em 2002, que também não cumpriu, ao se aliar ao PT.

Ri bastante ao assistir o filme ‘Lisbela e o Prisioneiro’ quando o personagem Leléu (Selton Mello), já assombrado com medo de ser assassinado, dirige-se ao valentão e matador, Frederico Evandro (Marco Nanine), e pergunta: “E você tem coragem de matar?” Ao que ele responde: “Coragem, não! Eu tenho é costume”. Assim é com Valadares: ele não tem coragem de trair, ele tem é costume.

Mas o que melhor caracteriza o Senador Valadares é a fábula ‘O Sapo e o Escorpião’, aquela que retrata a maldade e a ingratidão. Conta-nos que o escorpião pediu ao sapo que o atravessasse de um lado para o outro do rio, ao que o sapo se negou dizendo que não era tolo, pois se o fizesse ele iria lhe picar e morreria. O escorpião disse que não faria isso, pois não pagaria o bem com o mal. O sapo concordou. Colocou o escorpião nas costas e se pôs a nadar. Quando já estava no meio do rio, o sapo sentiu a ferroada nas costas. Chegando à outra margem do rio, atônito e morrendo pelo veneno do escorpião, o sapo perguntou: “Por quê? Por que essa maldade, escorpião? Ao que ele respondeu: “Não sei..., não sei mesmo! Talvez seja porque eu sou um escorpião, e essa é a minha natureza.. .".

Mas o escorpião... Oh! Mas o Senador Valadares não para, e já tempera outra cilada com a mesma peçonha e vilania. Hoje ele costura o apoio dos irmãos Amorim ao seu filho como candidato a prefeito, e esse foi o tema do artigo do jornalista Jozailto Lima a que me referi. Concretizado esse acordo, será ‘a volta do enterro da veia’ : primeiro ele se aliou a Déda para trair Jackson. Agora ele quer se aliar aos Amorim para trair os dois, a Déda e a Jackson, e lá adiante, trairá, também, os irmãos Amorim. Explico-me melhor: a aliança dos Amorim com Valadares como é do seu desejo, configurar-se-á traição a Marcelo Déda e a Jackson Barreto diante do projeto que eles têm para Senador e para Governador em 2014. Sim, porque o recebimento desse apoio implica no compromisso de apoiar o Senador Amorim para governador também em 2014. Mas é aí que reside a malícia de Valadares, tal qual a do macaco daquela piada da brincadeira de roda dos animais, pois em qualquer acordo que ele se mete, ele só faz se o primeiro a se beneficiar for ele e, depois, não cumpre a sua parte. Quando 2014 chegar e Valadares Filho já estiver prefeito, o candidato a governador será o próprio Senador Valadares. Ou seja, agora ele trai os dois, Déda e Jackson, e em 2014 ele trai os irmãos Amorim. E o que isso altera para quem já tem uma ficha vastíssima em traições? É como se diz no popular: “Cesteiro que faz um cesto, tendo cipó e tempo, faz um cento”.

Assim, embora o artigo se confunda com o brilhantismo do seu autor, o jornalista Jozailto Lima, ele comete o gravíssimo pecado por não ter levado em conta o aspecto de que o Senador Valadares é um sujeito acostumado a traições.

É possível que os escudeiros de Valadares, ou o próprio, tentem me desqualificar, até porque não sou nem pretendo ser o político mais correto do mundo, entretanto, jamais dirão que é mentira tudo isso que eu escrevi. Afinal, “Os incapazes de atacar o pensamento, atacam o pensador” - Paul Valéry.

 

Se o seu email não habilita o formulário para comentários, acesse o artigo para comentar: http://www.consultnews.com.br/blog_post.asp?post=106&c=37

Boletim Ação

Fatal error: Uncaught exception 'Exception' with message 'Page not found' in /home/infocultural/www/_paginacao.php:54 Stack trace: #0 /home/infocultural/www/_paginacao.php(47): PaginationHelper->setActualPage('2638') #1 /home/infocultural/www/_leia_mais.php(33): PaginationHelper->__construct('4130', 5, 0) #2 /home/infocultural/www/_materia.php(112): include('/home/infocultu...') #3 /home/infocultural/www/index.php(33): include('/home/infocultu...') #4 {main} thrown in /home/infocultural/www/_paginacao.php on line 54